Acordo cedo, comparado aos demais dias, tomo um ligeiro café, a cidade é muito bonita e calma, destino ? quero chegar em casa hoje! quilometragem à rodar: 1060 km, o dia está perfeito, ensolarado, mas já é possível identificar que estou no Brasil, por conta das estradas ruins, péssimas, rodo cerca de 30 km, no meio do nada, a moto da uma engasgada, depois de uns 400 metros outra engasgada, depois de 200 mais uma e não demora ela morre e quando viro a chave, nem sinal. E agora ? Nenhum problema aparente. Olho para os dois lados da pista, nada estou a 30 km de qualquer cidade, movimento ? passou uma carreta depois de 10 minutos parado, pego o celular, sem sinal, vish.
Vejo de longe uma moto, bem devagar, fumando óleo. Peço para parar, um senhor sai da moto e me pergunta o que aconteceu, contei toda a história, e pedi ajuda para ele. Contou me que estava com pressa mas que também poderia precisar de ajuda algum dia. Depois de meia hora ele aparece, me conta que existe uma vila à alguns quilômetros, e que a certa de 150 metros tinha um senhor que estava indo para está vila, ele tinha uma camionete e que poderia me dar carona. Empurro a moto até ele, um senhor oferece para levar a moto e eu para a vila. Chegando na vila, fomos até um mecânico, ele vem olha a moto e fala: eu não sei mexer nisso ai! não precisa nem tirar dai de cima, e agora ? aqui tem sinal de celular, ligo para a Top Car de Blumenau, me contaram que poderia ser chumbo na gasolina, devo tirar tudo e colocar outra que deve resolver o problema, tiramos, fomos para o posto, coloquei outra gasolina, viro a chave ascende as luzes e parece que vai ligar, só que não. Já são 11:00, jamais chegarei em casa hoje como foi planejado, talvez com o chumbo na gasolina a injeção não conseguia calcular a mistura e ficou nisso até acabar a bateria, é o que eu pensei, fomos para uma auto elétrica (na garagem de um cara) ele tira a bateria, da uma carga, coloca de novo, a moto liga, fico muito feliz, agradeço a todos que me ajudaram, paguei o óleo e o combustível para o senhor que me deu carona como forma de agradecimento, horas 12:00. Destino mantido: Indaial - SC. Viajo em um ritmo muito forte, parece que quanto mais rápido eu ando, mas longe ficam as cidades, na verdade é o cansaço chegando, paro para por gasolina na moto e energético em mim, repito isso durante todo o percurso, cruzo a fronteira entre RS e SC por Barracão na BR-470 sobre o rio Canoas, está escuro, desço a serra com neblina e chuva, muitas carretas, a visibilidade é muito baixa. Quando chegou na cidade Rio do Sul, me sinto em casa, porém morto de cansado, minha vontade era de ficar e ir para casa no outro dia, mas vamos seguir o planejado, mais uns 80 km e estarei em casa, não demora e a minha viagem termina, estou em Indaial horas 22:00. Estou muito feliz por ter feito essa viagem foi muito marcante e a vontade é de fazer outras. Termino com a mensagem que deixei de início, dia 9 de março de 2013 às 4:30, minutos antes de começar a viagem.
“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”
Amyr Klink
terça-feira, 4 de fevereiro de 2014
7° dia, Rosário à Uruguaiana
Acordo, tomo um café, defino meus objetivos do dia, chegar no Brasil, gostaria de conhecer melhor Rosário, mas se eu quiser chegar no Brasil hoje, vou ter que rodar bastante aproximadamente 650 km. Uma pequena volta pela cidade onde nasceu Tche Guevara. Começo o dia muito bem, parece que a bateria está com uma boa carga, vou em direção à cidade de Santa Fé, capital da província de mesmo nome, chego depois de rodar 200 km, na hora do almoço.
Depois do almoço, revejo o trajeto, vamos agora para a cidade de Paraná, antes de chegar, preciso atravessar o rio Paraná, fico surpreso quando descubro que é um túnel subfluvial, depois de alguns quilômetros de túnel, chego na cidade de Paraná, para para abastecer, destino agora é o Brasil. Daqui até Uruguaiana são 485 km sem nenhuma cidade no caminho, apenas um vilarejo chamado Federal, e a cidade fronteiriça Passos de Los Libres. Nesse trecho, muitos me alertaram sobre a corrupção da policia, e o pior, estou com a carta verde vencida a dois dias. O caminho é solitário a estrada é no meio de pampas, nem sinal da civilização por 400 km, são 15 horas, dia ensolarado, muitas retas..zzzZ. Pego no sono enquanto dirijo, acordei quando já estava saindo da pista, melhor parar, se esticar e esperar passar o sono. Quanto mais perto da fronteira, mais fico apreensivo sobre o policiamento, não demora muita a aparecer, a cada 30 km, uma guarita com um policial solitário, verificando o trafego, alguns até com cadeiras, sentados no meio da pista. Passo devagar por todos eles, todos ficam encarando, a tensão sobe, por sorte, nenhum me parou.
Começa a escurecer, sem sinal do GPS, algumas encruzilhadas sem sinalização, tenho dificuldades em encontrar pessoas para pedir informação. Cerca de 90 km da fronteira, vejo um caminhão do Brasil, penso, estou perto de casa, depois de trocas de buzinas, sigo o caminho mais calmo. Passo por Passos de Los Libres as 21:30, não quero entrar na cidade, passo reto, vou para a fronteira, muito mas muito caminhão e carreta querendo atravessar. Quando chego no posto policial, passam cerca de dez veículos sem serem parados, quando chega a minha vez, o guarda levanta a mão e manda encostar e mostrar os documentos, ai então ele fala: você precisa dar a saída do país, é logo ali, recebi o carimbo, agora sim, dessa vez estou fazendo a coisa certa, cheguei no Brasil.
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Vista do hotel |
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Vista do hotel |
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Saindo de Rosário |
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Em direção a Santa Fé |
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Santa F |
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Cerveja Santa Fé, muito boa, recomendo. |
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Almoço. |
Depois do almoço, revejo o trajeto, vamos agora para a cidade de Paraná, antes de chegar, preciso atravessar o rio Paraná, fico surpreso quando descubro que é um túnel subfluvial, depois de alguns quilômetros de túnel, chego na cidade de Paraná, para para abastecer, destino agora é o Brasil. Daqui até Uruguaiana são 485 km sem nenhuma cidade no caminho, apenas um vilarejo chamado Federal, e a cidade fronteiriça Passos de Los Libres. Nesse trecho, muitos me alertaram sobre a corrupção da policia, e o pior, estou com a carta verde vencida a dois dias. O caminho é solitário a estrada é no meio de pampas, nem sinal da civilização por 400 km, são 15 horas, dia ensolarado, muitas retas..zzzZ. Pego no sono enquanto dirijo, acordei quando já estava saindo da pista, melhor parar, se esticar e esperar passar o sono. Quanto mais perto da fronteira, mais fico apreensivo sobre o policiamento, não demora muita a aparecer, a cada 30 km, uma guarita com um policial solitário, verificando o trafego, alguns até com cadeiras, sentados no meio da pista. Passo devagar por todos eles, todos ficam encarando, a tensão sobe, por sorte, nenhum me parou.
Começa a escurecer, sem sinal do GPS, algumas encruzilhadas sem sinalização, tenho dificuldades em encontrar pessoas para pedir informação. Cerca de 90 km da fronteira, vejo um caminhão do Brasil, penso, estou perto de casa, depois de trocas de buzinas, sigo o caminho mais calmo. Passo por Passos de Los Libres as 21:30, não quero entrar na cidade, passo reto, vou para a fronteira, muito mas muito caminhão e carreta querendo atravessar. Quando chego no posto policial, passam cerca de dez veículos sem serem parados, quando chega a minha vez, o guarda levanta a mão e manda encostar e mostrar os documentos, ai então ele fala: você precisa dar a saída do país, é logo ali, recebi o carimbo, agora sim, dessa vez estou fazendo a coisa certa, cheguei no Brasil.
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